quarta-feira, 27 de junho de 2018

Saudades do que poderia ter sido

Sinto tanto sua falta...
De como tudo poderia ter sido, de como você seria hoje!
Sinto sua falta porque o vazio ainda existe, porque meu coração ainda bate por você.
Sinto sua falta porque você deveria estar aqui.
E enquanto eu viver sentirei a sua falta.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

O que NÃO dizer a uma mãe que perdeu seu filho

Carta de uma mãe que perdeu seu bebê

Já postei antes sobre esse assunto, mas hoje tive necessidade de postar novamente.
É fato que as pessoas não conhecem a todo momento por aí, mães que perderam filhos, e não sabem como lidar com essa situação.
A verdade é que nada vai nos consolar, nem nos fazer entender o que aconteceu.

Esta carta foi escrita por uma enfermeira americana que perdeu seu bebê e tem sido usada no mundo todo para ajudar as pessoas a compreenderem o sofrimento que enfrentam as mães que perdem seus filhos.
Ela diz muito sobre a nossa dor, que é tão silenciosa, e incurável.
Espero que ajude outras pessoas a entender e respeitar a dor da perda gestacional.

 
"Quando estiver tentando ajudar uma mulher que perdeu um bebê, não ofereça sua opinião pessoal sobre sua vida, suas escolhas, seus projetos para seus filhos. Nenhuma mulher nesta situação está procurado por opiniões (de leigos) sobre porque isto aconteceu ou como ela deveria se comportar.

Não diga: É a vontade de Deus. Mesmo se nós somos membros de uma mesma congregação, a menos que você seja um dirigente desta igreja e eu estiver procurando por sua orientação espiritual, por favor, não deduza o que Deus quer para mim. A vontade de Deus é que ninguém sofra. Ele apenas permite.
Apesar de saber que muitas coisas terríveis que acontecem são permitidos por Deus, isto não faz estes acontecimentos menos terríveis.

Não diga: Foi melhor assim havia alguma coisa errada com seu bebê. O fato de haver alguma coisa errada com o bebê é que me faz tão triste. Meu pobre bebê não teve chance. Por favor, não tente me confortar destacando isto.

Não diga: Você pode ter outro. Este bebê nunca foi descartável. Se tivesse a escolha entre perder esta criança ou furar meu olho com um garfo, eu teria dito: Onde está o garfo? Eu morreria por esta criança, assim como você morreria por seu filho. Uma mãe pode ter dez filhos, mas sempre sentirá falta daquele que se foi.


Não diga: Agradeça a Deus pelo(s) filho(s) que você tem. Se a sua mãe morresse num terrível acidente e você estivesse triste, sua tristeza seria menor porque você tem seu pai?

Não diga: Agradeça a Deus porque você perdeu seu filho antes de amá-lo realmente. Eu amava meu filho ou minha filha. Ainda que eu tenha perdido meu bêbê tão cedo ou quando nasceu, eu o amava.

Não diga: Já não é hora de deixar isto para trás e seguir em frente? Esta situação não é algo que me agrada. Eu queria que nunca tivesse acontecido.
Mas aconteceu e faz parte de mim para sempre.A tristeza tem seu tempo que não é o meu ou o seu.

Não diga: Eu entendo como você se sente. A menos que você tenha perdido um bebê, você realmente não sabe como eu me sinto. E mesmo que você tivesse perdido, cada um vivencia esta tristeza de modo diferente.

Não me conte estórias terríveis sobre sua vizinha, prima ou mãe que teve um caso parecido ou pior. A última coisa que preciso ouvir agora é que isto pode acontecer seis vezes pior ou coisas assim. Estas estórias me assustam e geram noites de insônia assim também como tiram minhas esperanças. Mesmo as que tenham tido final feliz, não compartilhe comigo.

Não finja que nada aconteceu e não mude de assunto quando eu falar sobre o ocorrido. Se eu disser antes do bebê morrer... Ou quando eu estava grávida...não se assuste. Se eu estiver falando sobre o assunto, isto significa que quero falar. Deixe-me falar. Fingir que nada aconteceu só vai me fazer sentir incrivelmente sozinha.


Não diga Não é sua culpa. Talvez não tenha sido minha culpa, mas era minha responsabilidade e eu sinto que falhei. O fato de não ter tido êxito, só me faz sentir pior. Aquele pequenino ser dependia unicamente de mim para trazê-lo ao mundo e eu não consegui. Eu deveria trazê-lo para uma longa vida e não pude dar-lhe ao menos sua infância. Eu estou tão brava com meu corpo que você não pode imaginar.

Não me diga: Bem, você não estava tão certa se queria ter este bebê... Eu já me sinto muito culpada sobre ter reclamado sobre mal estar matinais ou que eu não me sentia preparada para esta gravidez ou coisas assim. Eu já temo que este bebê morreu porque eu não tomei as vitaminas, comi ou tomei algo que não devia nas primeiras semanas quando eu não sabia que estava grávida.

Eu me odeio por cada minuto que eu tenha limitado a vida deste bebê. Se sentir insegura sobre uma gravidez não é a mesma coisa que querer que meu bebê morra, eu nunca teria feito esta escolha.

Diga: Eu sinto muito. É o suficiente. Você não precisa ser eloqüente. As palavras dizem por si.

Diga: Ofereço-lhe meu ombro e meus ouvidos.

Diga: Vocês vão ser pais maravilhosos um dia ou vocês são os pais mais maravilhosos e este bebê teve sorte em ter vocês. Nós dois precisamos disso.

Diga: Eu fiz uma oração por vocês. Mande flores ou uma pequena mensagem. Cada uma que recebi, me fez sentir que meu bebê era amado. Não envie novamente se eu não responder.

Não ligue mais de uma vez e não fique brava (o) se a secretária eletrônica estiver ligada e eu não retornar sua chamada. Se nós somos amigos íntimos e eu não estiver respondendo suas ligações, por favor, não tente novamente. Ajude-me desta maneira por enquanto.

Não espere tão cedo que eu apareça em festas infantis e ou chás para bebes ou vibre de alegria no dia das mães. Na hora certa estarei lá.

Se você é meu chefe ou companheiro de trabalho:

Reconheça que eu sofri uma morte em minha família não é simplesmente uma licença médica. Reconheça que além dos efeitos colaterais físicos, eu vou estar triste e angustiada por algum tempo. Por favor, me trate como você trataria uma pessoa que vivenciou a morte trágica de alguém que amava. Eu preciso de tempo e espaço.

Por favor, não traga seu bebê ou filho pequeno para eu ver. Nem fotos. Se sua sobrinha está grávida, ou sua irmã teve um bebê há pouco, por favor, não divida comigo agora. Não é que eu não possa ficar feliz por ninguém mais, é só que cada vez que vejo um bebê sorrindo ou uma mãe envolta nesta felicidade, me traz tanta saudade ao coração que eu mal posso agüentar. Eu talvez diga olá, mas talvez eu não consiga reprimir as lágrimas. Talvez ainda se passarão semanas ou meses antes que eu fique pelo menos uma hora sem pensar nisso. Você saberá quando eu estiver pronta.Eu serei aquela que perguntará pelos bebes, ou como está aquele garotinho lindo?

Acima de tudo, por favor, lembre-se que isto é a pior coisa que já me aconteceu.

A palavra morte é pequena e fácil de dizer. Mas a morte do meu bebê é única e terrível. Vai levar um bom tempo até que eu descubra como conviver com isto.

Ajude-me."


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

2 anos - 2 de dezembro

Hoje eu vi uma frase, em uma lápide, que dizia o seguinte "Aqui, um anjo que nasceu dormindo o sono eterno".
Definição perfeita!
Assim como meu Murilo que em 2 de dezembro de 2013 veio e voltou tão rápido para os céus.
Não tenho hoje como o dia de sua morte...Mas de nascimento e renascimento.
Ou nascido duas vezes....
Nesse dia Murilo nasceu duas vezes, uma para nós na Terra, e outra para o mundo espiritual.
Hoje deveríamos estar enchendo balões, cantando parabéns e soprando velinhas.
Nem sempre as coisas são como devem ser.
Estivemos os 4 juntos hoje pela 1ª vez, não como eu queria, nem como deveria ser.
Mas assim que foi.
E assim passou mais um dia vencido.
Não é fácil seguir de coração partido não!
Dói.
Mas dói muito.
Imaginar com quem ele seria parecido hoje, quais seriam suas gracinhas, como seria sua voz, e qual seria a cor dos seus olhos, nunca vistos abertos...; rasga a alma.
Por fim, não posso deixar de imaginar como seriam as brincadeiras com seu irmãozinho, e isso apesar de fazer meus olhos encherem de lágrimas, meus lábios sorriem. Porque sei que isso acontece. Talvez num jardim secreto de outra dimensão.
Meu filho, sei que está no colo do Pai Eterno, onde os anjos devem estar.
Estrela que mais brilha no meu céu, meu filho amado, mamãe te ama eternamente!
Um dia a gente se vê.
Esteja sempre conosco, e nós daqui sempre o teremos em nossos corações.
Feliz Aniversário.
Duas vezes!





sexta-feira, 31 de julho de 2015

Mãe aos quase 40

Sempre quis ser mãe jovem.
Maassss, estamos cansados de saber que nem tudo é como a gente quer!

Não foi uma opção ter meu primeiro filho com 37 anos.
Coisas da vida atrasaram meus planos.

Engravidei do Murilo com 37 e do Eric com 38.
Hoje tenho 39.

Casei, separei; sem filhos.
Meus planos de ser mãe, ficaram pra trás. Mas o sonho não.

Apesar da luz no fim do túnel estar distante, ela estava lá.

Conheci o pai do Eric há 5 anos, namoramos bastante, viajamos e curtimos muito até a decisão de ter um bebê. Nossa gravidez foi planejada e desejada.
Não abria mão de ser mãe. Isso sempre esteve claro para nós.


Então, com 37 anos eu finalmente teria meu sonhado filho.
Mais uma vez não foi como eu quis.
Ele veio e foi embora...
A luz no fim do túnel começava a ficar mais e mais distante. Não sabia mais se ela realmente existia.

E aí me vejo com quase 40 anos, DE NOVO SEM UM FILHO!!!
Socorro né, meus óvulos têm prazo de validade!!!

Isso não poderia ser um obstáculo (mais um), para me fazer desistir.

Blá blá blá, como todo mundo sabe, eu não desisti e meu Eric está aí pra provar que as estatísticas existem e têm base científica, mas que nossos sonhos são mais fortes a ponto de se tornarem realidade.

Vou falar uma coisa meio pesada mas acho que pode incentivar minhas queridas "tentantes" quarentonas (ou quase quarentonas): sempre achei que não poderia ter filhos, talvez meu subconsciente quisesse me proteger; e aqui estou, a 7 meses de entrar nos "enta", com meu bebê nos braços.
Bem diferente das -meninas- da minha idade que já têm seus filhos adolescentes.

Estou feliz fazendo suquinho e papinha de frutinhas para meu pequeno bebê!

Que venham mais 40 anos!!!!!!


sábado, 4 de julho de 2015

A decisão e o planejamento da nova gravidez

Esse post vai para algumas mamães que me pediram para falar um pouco mais sobre isso.
Antes de mais nada, uma dica: não deixem que o medo passe por cima. Essa palavra não deve nem ser pronunciada, nem pensada e nem escrita. Por isso não vou mais falar sobre ela. Vamos substituí-la por coragem.

Engravidar novamente não foi uma decisão. No momento que retomei a consciência, e de fato entendi o que havia acontecido, eu já me enxergava grávida num futuro BEM próximo.

Durante 6 meses, essa era a única coisa que me deixava em paz. Que me fazia seguir em frente.
Pensar em um novo bebê me motivava a cuidar da minha saúde física e mental.
Me estimulava a sair para trabalhar, a não tomar remédios para dormir.
A não tomar remédios para acordar.
Minha vida tinha acabado, mas não meus sonhos. E um deles era ser mãe.

Perdi meu filho em dezembro de 2013, e em junho de 2014 estava grávida.

Eu tinha um anjo no coração e outro na barriga.

Já publiquei em outras postagens sobre toda ansiedade e tudo que passou pela minha cabeça.
Também já falei sobre tudo que passei, exames, constrangimentos, consultas, comparações, e coragem (ou a possível falta dela).

Mas nesse post, o que tenho a falar é que o planejamento da nova gravidez foi o que me fez sobreviver.

Meninas, seus anjinhos merecem vê-las realizando seus sonhos, vocês merecem ser mães!
Permitam-se.
O fato de terem perdido um bebê, deixa vocês mais fortes.
Mães mais fortes.

Boa sorte!
Grande beijo a todas!

terça-feira, 16 de junho de 2015

"Dias que não deixaremos para trás"

A escolha da maternidade foi, -- além das qualidades hospitalares óbvio --, o tamanho do quarto.
Pois sabíamos o que nos esperava!!!!
E realmente...A quantidade de visitas que recebemos foi absurda! Absurda de BOA!

Família, amigos e pessoas nem tão íntimas, que fizeram questão de dar as boas vindas ao Eric.
Foi tudo mais do que eu imaginava. Lindo e especial.

Não posso deixar de falar que me passava pela cabeça a lembrança da situação passada. Os mesmos rostos chorosos estavam hoje sorrindo. O tempo passa, as coisas mudam...
Os "meus pêsames" viram "parabéns".
E a vontade de nos verem felizes fez a torcida crescer...

Em vários momentos não coube todo mundo no quarto, nem mesmo no corredor.
Fiquei tão feliz!

Barulho e bagunça misturados a risadas e presentes. Tem coisa melhor que isso, para celebrar a vida?

Obrigada galera, pelo carinho e atenção!!!!
Adorei, e lembro de cada palavra, abraço e sorriso de CADA UM!

Sem palavras também para minha irmã, que se superou na ajuda e organização. Esteve o tempo todo ao meu lado, mais parecia o "pai da criança" hehehehehe....

Agradeço de coração minhas primas, madrinha e uma amiga muito especial que tiveram o maior trabalhão para deixar tudo lindo!
Sério, me achei! rsrsrs

Para vcs terem uma ideia, segue fotinhos!









 













quinta-feira, 4 de junho de 2015

Maternidade Eric

Aguardando a internação

Indo para o quarto, um dia antes...


Na sala de espera, não podia faltar...#fé
É daqui a pouco!!!!!
 
Minutos antes de ir para o centro cirúrgico, checando o coração do baby.
Apesar de tudo ótimo, aqui comecei a ficar tensa.